Reiniciar pesquisa
A atenção às mudanças climáticas induzidas por ação humana tem incentivado esforços para entender como ecossistemas tropicais foram afetados por oscilações climáticas no passado. Até o momento, parte significativa da informação disponível tem sido obtida através da análise de indicadores moleculares orgânicos em sedimentos marinhos. A interpretação apropriada desses indicadores, por sua vez, depende do entendimento de como sedimentos orgânicos são transportados e transformados durante o trajeto entre fonte e sumidouro. Neste trabalho nós iremos preparar, analisar e interpretar isótopos de carbono e hidrogênio em n-alcanos de cadeia longa e a distribuição de tetraéteres de glicerol-dialquil-glicerol em sedimentos de fundo e em suspensão de dois importantes sistemas fluviais da América do Sul, as bacias dos rios Amazonas e São Francisco. Os resultados obtidos irão elucidar os efeitos da variabilidade espacial e sazonal nas assinaturas dos biomarcadores que chegam no Oceano Atlântico e fornecerão um importante arcabouço para a interpretação de reconstruções paleoambientais baseadas em testemunhos sedimentares marinhos obtidos próximos à América do Sul. O estágio será desenvolvido no MARUM - Center for Marine Environmental Sciences (University of Bremen, Alemanha), instituição de reconhecida globalmente, em colaboração com o Dr. Enno Schefuß, cientista de grande renome na área de desenvolvimento e aplicações de isótopos de carbono e hidrogênio em n-alcanos de cadeia longa em estudos paleoambientais. (AU)
Eventos extremos de precipitações representam a maior fonte de risco associada à variabilidade interanual nas regiões de clima tropical e vêm se tornando cada vez mais frequentes e intensos nos tempos modernos. No Brasil, cerca de 74% das mortes relacionadas a desastres naturais são associados a eventos de chuva extremos. Frente às recentes mudanças hidroclimáticas na América do Sul, torna-se necessário entender como a variabilidade nas condições climáticas interfere na frequência e magnitude desses eventos. Eventos extremos de precipitação podem causar inundações em subsuperfície, fazendo com que as cavernas, em particular, ofereçam um domínio promissor para a reconstrução da atividade de paleoinundações. Nesse contexto, propõem-se no presente projeto de pesquisa a reconstituição da frequência dos eventos extremos de precipitação baseados em registros geoquímicos de alta resolução de elementos traços nos espeleotemas da gruta Laje Branca (SP) e gruta Malfazido (PR). O projeto tem por objetivo melhor compreender como a frequência e magnitude desses eventos se relacionam com eventos climáticos de expressão global. (AU)
Este trabalho propõe-se a analisar as principais freqüências temporais e espaciais envolvidas na modulação da convecção tropical e associá-las aos fluxos de superfície, a instabilidade atmosférica e a divergência do vento, verificando o impacto na organização e manutenção da convecção. A variabilidade temporal da cobertura de nuvens na região tropical continental da América do Sul será analisada utilizando imagens dos satélites GOES, METEOSAT e NOAA, observando a influência dos ciclos diurnos, ondas de leste, ondas equatoriais e oscilações estacionárias. Paralelamente, será verificada a presença destas flutuações diurnas e interdiurnas durante as experiências de campo realizadas na Amazônia (ABLE, FLUAMAZON, ABRAÇOS e RBLE). Posteriormente, serão analisados o ciclo de vida e a propagação de sistemas convectivos, a organização espacial da convecção é as características radiativas no topo da atmosfera durante o período dos experimentos de campo. Com esses resultados, estudaremos a evolução dos fluxos e da instabilidade na camada limite e o balanço de calor e umidade associando-os aos padrões de organização da convecção e evolução do ciclo de vida dos sistemas. Estes estudos pretendem auxiliar a parametrização da organização da convecção interna a grade de modelos de circulação geral. (AU)
As atividades a serem cumpridas pelo Prof. Bergamin na França são: a) desenvolver e implementar um simulador de doenças próprio para fitopatossistemas tropicais e que possa ser aplicado aos patossistemas Helminthosporium turcicum - milho, Alternaria solani - tomate, Puccinia sorghi - milho, Ustilago scitaminea - cana e Uromyces phaseoli - feijão. O Dr. F. Rapilly tem experiência na simulação de doenças que se caracterizam pelo crescimento da lesão. Os patossistemas que serão considerados são objeto de estudo do projeto temático coordenado pelo Prof. Bergamin "Modelos e simulação de epidemias tropicais: desenvolvimento, validação e implementação de sistemas integrados de controle (90/3543-1)"; b) concluir o livro "Estrutura, comportamento e manejo de fitopatossistemas tropicais uma introdução à epidemiologia tropical", nascido com o projeto temático e de autoria de Berqamin e Lilian Amorim (ver anexo plano da obra e capítulos já concluídos). A completa biblioteca do INRA e o Dr. Rapilly serão de grande valia para a elaboração do capitulo 7 "O fitopatossistema tropical". (AU)